Rio
de Janeiro – O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, homologou
nesta quarta-feira, 13, diretrizes curriculares nacionais para a educação
ambiental e para a educação indígena. A assinatura dos documentos ocorreu na
abertura oficial do Encontro de Juventude e Educação para a Sustentabilidade
Socioambiental, uma das participações do MEC na Conferência Rio+20.
“Essas diretrizes orientarão
as políticas pedagógicas da educação infantil à universidade, porque o que vale
mesmo é quando as práticas chegam à sala de aula”, afirmou o ministro. As
diretrizes foram aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), após
diálogo com os sistemas de ensino, sociedade civil e diferentes instâncias
governamentais. No caso da educação indígena, por exemplo, foi definido que os
projetos educativos devem afirmar as identidades étnicas e valorizar as línguas
e conhecimentos dos povos indígenas.
No encontro, o ministro
Mercadante e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, lançaram, ainda, a
4ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, que nesta edição tem
como tema Vamos Cuidar do Brasil com Escolas Sustentáveis. “É uma oportunidade
para pensar ações locais, a partir da escola, com a visão global de
desenvolvimento sustentável”, disse Mercadante.
O MEC pretende, no período de
pouco mais de um ano, envolver 13 mil escolas da educação básica – inclusive as
de áreas indígenas, quilombolas e de assentamentos rurais – e 4 milhões de
estudantes do sexto ao nono ano do ensino fundamental para discutir e aprender sobre
questões ambientais. As escolas definem as temáticas que querem trabalhar e
elegem representantes que vão às conferências municipais, regionais e
estaduais. Por fim, há uma conferência nacional, com a participação de 800
alunos, que apresentam o que foi debatido nas escolas.
As três edições anteriores da
conferência foram realizadas em 2003, 2006 e 2009. A última envolveu 11 mil
escolas, 3,7 milhões de participantes em 2.828 municípios. O Brasil também foi
sede, em 2010, da Conferência Internacional Infantojuvenil – Vamos Cuidar do
Planeta (Confint), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e com o apoio
da Unesco, que reuniu 658 participantes, entre os quais 323 adolescentes de 12
a 15 anos, de 47 países.
Na abertura do Encontro de
Juventude nesta quarta, foi apresentado, ainda, um vídeo que mostra exemplos de
atuação das Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola, as
chamadas Com-Vidas. As comissões – formadas por alunos, professores, diretores
e membros da comunidade – têm o objetivo de fomentar o debate sobre os
problemas socioambientais presentes no entorno da escola. As comissões também
abordam na escola e na comunidade outros temas relevantes, como a violência, a
acessibilidade e os direitos humanos. Atualmente, cerca de 5 mil escolas
públicas em todo o Brasil têm Com-Vida.
Na visão da ministra Izabella
Teixeira, o governo já está saindo de ações de caráter piloto e alcançando
redes de alunos em todo o país com projetos socioambientais concretos. “Não
temos déficit de diálogo; agora, é preciso ter ousadia para implementar as
ações e colocar a política ambiental no dia a dia das escolas”, afirmou.

Nenhum comentário:
Postar um comentário