Janine Moraes Alunos de 4 e 5 anos do jardim de infância apresentam música da Arca de Noé em ato público |
Na manhã desta quarta-feira (13), educadores e cerca de 25 crianças de 4 e 5 anos do Jardim de Infância Lúcio Costa se reuniram no Parque da Cidade para um ato público em defesa da educação infantil. Depois de realizarem uma atividade lúdica com os alunos, em que eles se vestiram de animais da Arca de Noé e fizeram um pequeno teatro, os professores se dirigiram à Secretaria dos Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República para uma reunião às 11h com a ministra Maria do Rosário.
O encontro encerra a programação da 10ª Semana de Ação Mundial (SAM), um projeto que, no Brasil, é coordenado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação. O objetivo é cobrar do governo o cumprimento de acordos internacionais da área, como o Programa de Educação para Todos da Unesco. Para isso, o grupo irá entregar à ministra e à Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados um documento com reivindicações pela valorização da educação infantil no país.
Iracema Nascimento, coordenadora executiva da campanha, alerta para as desigualdades no acesso à creche e à pré-escola das crianças nessa faixa etária, que vai de 0 a 5 anos. As maiores diferenças estão entre a zona rural e urbana e entre as famílias com maior e menor renda (confira o Documento de reivindicações). Segundo a gestora, é preciso exigir uma formação de qualidade, já que, dos 369 mil professores da educação infantil, apenas 48% completaram o nível superior.
As mudanças, porém, não começam só com o governo. “Lutamos pela conscientização da sociedade e das autoridades sobre a importância de garantir o direito à educação infantil de qualidade. O acesso já está previsto na lei e nós, agora, queremos acabar com essas desigualdades“, defende. Entre os argumentos da coordenadora, está o de que pesquisas no campo da neurociência e da psicologia demonstram que é nessa fase, de 0 a 5 anos, que o ser humano mais desenvolve suas capacidades cognitivas. As creches e pré-escolas seriam, portanto, o local para estimular a criança para o aprendizado da leitura e da escrita.
A preparação para a Semana de Ação Mundial deste ano começou em janeiro, com levantamento de dados e articulação com entidades civis, secretarias e professores de todo o país. A organização estima que 150 municípios promoveram ações, envolvendo também alunos e a comunidade. De acordo com Iracema, O Plano Nacional de Educação (PNE), cuja votação foi adiada para hoje (leia mais), também propõe alguns avanços. “Desde o início, nossa intenção era fazer com que a SAM dialogasse com o PNE, por isso, apresentamos nossas reivindicações como emendas ao Plano”.
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