Por uma saúde integral É cada vez
maior o número de estudos que associam ciência e espiritualidade. Corpo e mente,
trabalhando juntos, têm um imenso potencial curativo
Maria Júlia Lledó
Publicação: 09/09/2012 08:00 Atualização: 07/09/2012
A ideia de que ciência e espiritualidade são antagônicas ficou para trás.
Publicadas em revistas científicas de prestígio, pesquisas realizadas em
diversos países nos Estados Unidos afirmam provam por que a espiritualidade –
não atrelada a qualquer religião – é capaz de garantir qualidade de vida e de
ajudar na recuperação de pessoas diagnosticadas com câncer, depressão,
hipertensão arterial, entre outras doenças. No Brasil, esse cenário não é
diferente. O número de estudos publicados, simpósios e congressos a respeito do
tema também é crescente. Hoje, em Brasília ocorre o I Simpósio de Ciência e
Espiritualidade de Brasília, no ParlaMundi.
O físico Wallace Lima e professor do departamento de psiquiatria de cuidados integrativos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é um dos profissionais que estudam o tema. Segundo ele, estamos passando por um período de busca por uma nova forma de entender o ser humano e toda a sua complexidade. “Um modelo capaz de contemplar a multidimensionalidade da existência e nos levar para uma nova medicina, que transcende a visão de tomar medicamentos para atenuar sintomas físicos e parte para estimular a busca pelas causas das desarmonias físicas, normalmente associadas a processos mentais, emocionais e espirituais”, acredita.
Nesse contexto, ganham respeito técnicas e práticas, que tinham a importância relegada a segundo plano, como a meditação e as orações. Passam a ser vistas como alternativas terapêuticas que, associadas a tratamentos convencionais. Aos poucos, é possível avistar uma mudança de paradigma: ciência e espiritualidade não mais disputarão quem detém a verdade absoluta. Pelo contrário. As duas áreas se unirão em prol de um objetivo em comum: a saúde integral do ser humano.
O físico Wallace Lima e professor do departamento de psiquiatria de cuidados integrativos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é um dos profissionais que estudam o tema. Segundo ele, estamos passando por um período de busca por uma nova forma de entender o ser humano e toda a sua complexidade. “Um modelo capaz de contemplar a multidimensionalidade da existência e nos levar para uma nova medicina, que transcende a visão de tomar medicamentos para atenuar sintomas físicos e parte para estimular a busca pelas causas das desarmonias físicas, normalmente associadas a processos mentais, emocionais e espirituais”, acredita.
Nesse contexto, ganham respeito técnicas e práticas, que tinham a importância relegada a segundo plano, como a meditação e as orações. Passam a ser vistas como alternativas terapêuticas que, associadas a tratamentos convencionais. Aos poucos, é possível avistar uma mudança de paradigma: ciência e espiritualidade não mais disputarão quem detém a verdade absoluta. Pelo contrário. As duas áreas se unirão em prol de um objetivo em comum: a saúde integral do ser humano.
Em Brasília, a orientadora vocacional Jacira Pereira, 56 anos, sentiu na
pele o efeito da meditação quando apresentou um grave problema de saúde. Há seis
anos, ela foi diagnosticada com um meningioma, tumor originado nas meninges,
tecidos que revestem e protegem o sistema nervoso. “Nem desconfiava porque só
sentia uma leve dormência do lado esquerdo do corpo, mas não tive desmaios ou
dores de cabeças”, recorda.
Como Jacira já praticava meditação, tinha o hábito de se observar até constatar que algo diferente estava acontecendo com o seu corpo e que aqueles sintomas poderiam indicar algo. A orientadora foi a um cardiologista, que a encaminhou a um neurologista. Este último lhe pediu uma tomografia: o exame mostrou a urgência de uma cirurgia. No primeiro momento, Jacira foi tomada por uma tristeza. Mas, rapidamente, Jacira contornou essa postura derrotista. “Ou eu saio para buscar a luz ou continuo nesse buraco, pensei. Foi quando resolvi buscar a luz. Decidi operar e, durante esse período, praticava constantemente a meditação. Amigos também oraram por mim em preces de diferentes religiões. Em nenhum momento, fosse no dia da operação ou na UTI, fiquei ansiosa ou temerosa pelo que poderia acontecer. A sensação de paz que a meditação me trouxe me ajudou naquele momento e também acelerou minha recuperação”, conta.
Mesmo sem orientação médica quanto à prática da meditação, o médico que acompanhou a cirurgia de Jacira lhe dizia para continuar meditando ao ver que o comportamento da paciente estava sendo benéfico para a recuperação. “Mesmo quando via o catéter na minha cabeça, no pós-cirúrgico, fazendo o controle da pressão cerebral, mantive a calma e meditava.” Quatro meses depois da cirurgia, Jacira recebeu alta e voltou a trabalhar sem apresentar qualquer sequela.
Fatos como esse também são explicados pela neurociência, explica Bignardi. “Há um lugar no cérebro pronto para fazer a conexão com uma dimensão espiritual. E a necessidade do contato com algo superior, sagrado, o nome que você queira dar, é uma necessidade humana como se alimentar, tomar água, dormir. Independentemente da religião ou se a pessoa é ateia, esse lugar no cérebro existe. Ou seja, o buraco da fechadura está lá, tenha você ou não a chave.”
Como Jacira já praticava meditação, tinha o hábito de se observar até constatar que algo diferente estava acontecendo com o seu corpo e que aqueles sintomas poderiam indicar algo. A orientadora foi a um cardiologista, que a encaminhou a um neurologista. Este último lhe pediu uma tomografia: o exame mostrou a urgência de uma cirurgia. No primeiro momento, Jacira foi tomada por uma tristeza. Mas, rapidamente, Jacira contornou essa postura derrotista. “Ou eu saio para buscar a luz ou continuo nesse buraco, pensei. Foi quando resolvi buscar a luz. Decidi operar e, durante esse período, praticava constantemente a meditação. Amigos também oraram por mim em preces de diferentes religiões. Em nenhum momento, fosse no dia da operação ou na UTI, fiquei ansiosa ou temerosa pelo que poderia acontecer. A sensação de paz que a meditação me trouxe me ajudou naquele momento e também acelerou minha recuperação”, conta.
Mesmo sem orientação médica quanto à prática da meditação, o médico que acompanhou a cirurgia de Jacira lhe dizia para continuar meditando ao ver que o comportamento da paciente estava sendo benéfico para a recuperação. “Mesmo quando via o catéter na minha cabeça, no pós-cirúrgico, fazendo o controle da pressão cerebral, mantive a calma e meditava.” Quatro meses depois da cirurgia, Jacira recebeu alta e voltou a trabalhar sem apresentar qualquer sequela.
Fatos como esse também são explicados pela neurociência, explica Bignardi. “Há um lugar no cérebro pronto para fazer a conexão com uma dimensão espiritual. E a necessidade do contato com algo superior, sagrado, o nome que você queira dar, é uma necessidade humana como se alimentar, tomar água, dormir. Independentemente da religião ou se a pessoa é ateia, esse lugar no cérebro existe. Ou seja, o buraco da fechadura está lá, tenha você ou não a chave.”
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