Rubem Alves refere-se a esse momento como tendo sido muito emocionante e diz ter três folhas desidratadas daquele caquizeiro em um quadro para manter a lembrança, a mensagem e a simbologia do ocorrido.Como dito, gosto de caqui, mas não venero. Creio que nunca tenha sequer visto um caquizeiro. Entretanto, essa história serve bem para lembrar a mensagem que entendo ser levada também pelos ipês. Pelo fato de Brasília estar no cerrado, sua vegetação é predominantemente arbustiva. Eu considero isso um tanto sem graça. Penso que o cerrado tem suas belezas, mas nem se compara à mata atlântica ou ao pantanal, por exemplo.
Ocorre que em meio à aspereza da vegetação do cerrado está uma das mais belas árvores que eu já conheci: os ipês. Admiro-os de verdade. Eles têm uma beleza ímpar e uma exuberância de tirar o fôlego. O mais curioso é que eles exibem todo o seu florido justamente na época em que as outras árvores estão quase a sucumbir pela seca. Isso os deixa ainda mais magníficos. Eles podem ser considerados privilegiados, porque talvez não prestássemos tanta atenção em sua beleza se estivessem em meio a uma vegetação extremamente florida e frondosa.
Além da beleza visual, o que mai me encanta nos ipês é a mensagem de alívio e esperança que eles carregam por exibirem suas flores em meio à seca. É como se a natureza anunciasse que ainda está viva apesar de tudo. É como se Deus sussurrasse que está em tudo, até mesmo na seca, que pode brotar vida de onde parece não ser possível.
Por tudo o que há de belo nos ipês, eu convidaria Rubem Alves a admirá-los pela sua pureza e encanto. Convido você que mora em Brasília a contemplar os vários ipês que temos pela cidade a anunciar beleza, vida e paz. Convido você que não mora em Brasília, quando nos visitar na época da seca, a observar não somente o clima árido, as semelhanças com o deserto, convido-o a observar os ipês, se encantar com sua extrema beleza e estar atento à sua mensagem.
João Guilherme
João Guilherme
Nenhum comentário:
Postar um comentário